WALESKA BARBOSA
O Ministério do Meio Ambiente promove um Curso sobre Técnicas de Biorremediação na Antártica com o objetivo de prover conteúdos técnicos sobre o uso de microrganismos para a restauração do equilibro ecológico e da proteção de espécies em áreas antárticas contaminadas. Tal técnica causa mínimo impacto ambiental, porém tem um prazo relativamente longo para a ocorrência dos seus melhores resultados.
"Apesar das análises laboratoriais já indicarem avanços, o curso visa o aprimoramento da técnica, haja vista a necessidade de uma atuação eficiente, contínua e apurada, para o acompanhamento e remediação dos poluentes na região de ocupação brasileira, onde muitas operações são realizadas com combustíveis, como por exemplo, aquecimento da estação, maquinários e lanchas", explica o analista ambiental Rafael Agrello Dias, do Ministério do Meio Ambiente.
A estação é utilizada para pesquisa científica e também possui ocupação pelos militares brasileiros. "Serão necessários esforços das instituições envolvidas com o Proantar e seus colaboradores para suprir questões como logísticas, equipamentos, pessoal e financeiro", disse Rafael.
Voltado a servidores do Ministério e do Ibama, o curso teve início na segunda-feira (02/10) e segue até a sexta-feira (06/10), em Brasília, ministrado pelo gestor de projetos Timothy Andrew Spedding e pelo pesquisador Daniel Adam Wilkins, responsáveis pelos projetos de remediação das estações antárticas australianas.
CONTAMINAÇÃO ATENUADA
O Ministério do Meio Ambiente desenvolve trabalhos de biorremediação para atenuar a contaminação detectada na região da base brasileira na Antartica desde 2012, quando um incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz causou contaminação significativa do solo na região.
A estratégia prevê a biorremediação do solo da Estação pela implantação de biopilhas e a definição de um procedimento para a descontaminação do solo atingido por óleo imediatamente após o vazamento.
“A biorremediação é um assunto importante porque um dos maiores riscos ambientais que temos na Antártica é o vazamento de óleo. Infelizmente tivemos esse problema em 2012”, afirmou o diretor do Departamento de Conservação de Ecossistemas do MMA, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza.
Ele explica que o trabalho de biorremediação (que implica no uso de bactérias ao invés de um produto químico) deve ser feito de forma sistêmica. “É importante que o Brasil tenha uma linha de pesquisa e um protocolo definidos para uso em caso de derrame de óleo na Antártica. Estamos fazendo experimentos com a biorremediação e os dados iniciais mostram que a contaminação está diminuindo”, afirmou.
PROJETO BRASILEIRO
O projeto de biorremediação brasileiro é executado com a coordenação do MMA e da Universidade Federal de São João Del Rey (UFSJ/MG), respeitando-se as condicionantes do Protocolo de Madri, onde não são adicionadas novas espécies de microrganismos. Utiliza-se apenas as espécies encontradas no solo antártico.
Outros parceiros do MMA são a Marinha do Brasil, que por meio da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar coordena a parte logística do Programa Antártico Brasileiro, que também conta com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). E ainda como parceiros da biorremediação, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB/SP) e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP).
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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