WALESKA BARBOSA
O Ministério do Meio Ambiente e parceiros vão lançar ainda neste ano a Operação Primatas, estratégia que tem como objetivo conservar as espécies ameaçadas por meio da proteção de suas populações-chave.
O secretário de Biodiversidade da pasta, José Pedro de Oliveira Costa, apresentou a iniciativa na abertura do XVII Congresso Brasileiro de Primatologia, que começou no domingo (20/08) e segue até a quinta-feira (24/08), em Pirenópolis (GO).
Representando o ministro Sarney Filho, ele formalizou agradecimentos aos participantes, gestores do próprio ministério e de outras organizações que estão fazendo uma série de ações, discussões e parcerias em torno do tema.
Nesta segunda-feira (21/08), José Pedro participou ainda das mesas redondas ‘Primatas sob cuidados humanos no Brasil’ e ‘Avanços, perspectivas e desafios para a pesquisa e conservação de muriquis (Brachyteles sp)’, quando também discutiu os principais pontos da Operação Primata.
“São mais de 200 pesquisadores de primatologia reunidos. A estratégia de conservação que apresentamos teve muita receptividade. As pessoas estão contentes em saber que o governo federal está dando prioridade para que avancemos nessa questão da conservação dos primatas”, afirmou José Pedro.
O evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Primatologia, tem como objetivos nivelar os conhecimentos de primatólogos e estudantes interessados na área. A programação inclui palestras, mesas-redondas, sessões de comunicação oral e de painéis.
OPERAÇÃO PRIMATAS
Presentes em todos os biomas brasileiros, os primatas ocorrem principalmente na Mata Atlântica e na Amazônia, desempenhando papel fundamental na estrutura das florestas, além de participar da cadeia alimentar.
A operação será voltada, inicialmente, aos primatas em maior risco de extinção no Brasil. O Brasil possui 150 espécies e subespécies de primatas, o que coloca o país como líder mundial nesse tipo de riqueza. Delas, cerca de 35 estão ameaçados de extinção, de acordo com a Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção.
O Brasil é signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), pela qual assumiu o compromisso de desenvolver estratégias e políticas para a conservação da biodiversidade, entre as quais as Metas de Aichi, contidas no Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020.
De acordo com estudos, as principais ameaças são a perda, fragmentação e degradação dos habitats, a caça e a apanha, a introdução de espécies invasoras e as doenças, impactos relacionados a vetores como expansão agropecuária e urbana, empreendimentos de infraestrutura e mudança do clima.
AÇÕES
As propostas da Operação Primatas se fundamentam no princípio básico de que a preservação e a conectividade de habitats por meio de áreas protegidas, corredores e mosaicos são efetivos para a sua proteção e envolvem oito ações: Criação de unidade de conservação para proteção do sauim-de-coleira; Implementação da Gestão Integrada do Gurupi – Reserva Biológica e Terras Indígenas do Entorno; Criação de unidade de conservação para proteção dos primatas da Caatinga; Criação de unidade de conservação para proteção e conectividade do macaco-prego-galego.
E ainda a criação de unidade de conservação para proteção do Guigó-de-Coimbra-Filho; Ampliação da Reserva Biológica da Mata Escura; Proteção das florestas de Barreiro Rico e São Francisco Xavier e Ampliação e conectividade da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto.
A iniciativa é articulada pela Rede de Instituições Parceiras da Operação Primatas (RIPOP), com participação do Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Biodiversidade (SBio), do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) do ICMBio, de instituições públicas e organizações não-governamentais.
PLANOS DE AÇÃO
A conservação dos primatas brasileiros também está prevista nos Planos de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção (PAN), no âmbito do mecanismo Pró-Espécies, criado pelo ministério para fomentar a adoção de ações de conservação e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção das espécies.
Os PAN são políticas públicas que definem, por meio de um processo participativo, ações estratégicas e prioritárias para combater os impactos que põem em risco as espécies ameaçadas de extinção.
O ICMBio/CPB coordena a elaboração e implementação de cinco PAN que contemplam as 35 espécies de primatas ameaçadas de extinção no Brasil, envolvendo centenas de colaboradores e instituições.
São eles: Os PAN Primatas do Nordeste; Sauim-de-coleira; Primatas Amazônicos; Primatas da Mata Atlântica; Mamíferos da Mata Atlântica Central e; Muriquis. O macaco-prego (Sapajus cay) será enfocado pelo PAN Vertebrados do Cerrado e Pantanal, ainda esse ano.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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