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Uatumã é pioneira no uso sustentável

ESPECIAL// Ordenamento de uso público e conservação andam juntos em reserva apoiada pelo Arpa. Programa já repassou R$ 680 mil à unidade.

Publicado: Segunda, 14 Agosto 2017 20:00
Crédito: Divulgação RDS Uatumã Uatumã: comunidade envolvida Uatumã: comunidade envolvida

RENATA MELIGA

Na sexta matéria em comemoração aos 15 anos do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), conheça a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uatumã, no estado do Amazonas. Em estágio avançado de consolidação, comunidade, Conselho Gestor e estado trabalham juntos para conservação da biodiversidade e dos recursos naturais.

Com quase 425 mil hectares, mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, no estado do Amazonas, é pioneira no ordenamento de uso público sustentável, com objetivo de conservação dos recursos naturais, a partir do envolvimento da comunidade local.

Localizada nos municípios de São Sebastião do Uatumã e Itapiranga, a reserva tem como missão proteger a biodiversidade e, ao mesmo tempo, fortalecer o modo de vida tradicional. Dessa forma, promove o desenvolvimento social através da conservação da natureza e do resgate do extrativismo florestal, garantindo sustentabilidade para a comunidade.

Desde 2010, a RDS é apoiada pelo Arpa, o que tem possibilitado o fortalecimento do envolvimento da comunidade na gestão da unidade. “Segundo os moradores, os processos de implementação das atividades não ocorriam da mesma forma que estão ocorrendo com a chegada do programa. A unidade está melhor estruturada para conduzir a atividades planejadas, de forma a garantir a participação de todos na conservação dos recursos naturais disponíveis e o uso sustentável dos mesmos”, informou o gerente da unidade, Cristiano Gonçalves.

Em pouco mais de sete anos, o Arpa investiu R$ 680 mil na formação do Conselho, sinalização, proteção, equipe técnica, equipamento e monitoramento na unidade. “A reserva de Uatumã agora conta com sinalização dos principais pontos, o que facilita o entendimento definido no Plano de Gestão da unidade. Além disso, as atividades de proteção melhoraram muito com o aporte de recursos do programa”, contou Gonçalves.  

BIODIVERSIDADE

Entre os meses de agosto e dezembro, mais de mil turistas visitam as áreas da Reserva de Uatumã, que são compostas por serras, praias de areia branca, cachoeiras, sítios arqueológicos e a imensidão da floresta amazônica. Além da beleza cênica, a unidade abriga diversas ações de preservação e conservação da biodiversidade.

Um exemplo é o Projeto Quelônios do Uatumã, desenvolvido pelo Centro de Preservação e Pesquisa de Quelônios Aquáticos (CPPQA), com apoio da comunidade local, que é capacitada para atuar na vigilância de tabuleiros de quelônios, transplante e criação filhotes em berçários até que os mesmos atinjam tamanho mínimo para retornarem para o rio.

Segundo o gerente da RDS, a participação e o envolvimento da comunidade garantem a preservação das espécies. “Os tucunarés, por exemplo, que já estavam quase extintos devido à grande pressão da pesca predatória, já recuperaram os estoques e estão gerando renda para os moradores devido à alta procura de pesca esportiva na região”, disse.

ARPA

Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e executado em parceria com agências de áreas de proteção federais e estaduais, instituições privadas e sociedade civil, o Arpa é gerenciado financeiramente pelo Funbio (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) e financiado com recursos do Global Environment Facility (GEF), do governo da Alemanha, da Rede WWF e do Fundo Amazônia, por meio do BNDES.

Para a secretária geral do Funbio, Rosa Lemos de Sá, um dos grandes diferenciais do programa é a continuidade do apoio e dos recursos. “Nesses 15 anos, nunca houve redução do orçamento, corte ou uma paralisação do programa. O fato do gestor ter uma garantia orçamentária, em que ele pode planejar, em médio e longo prazo, faz o diferencial na gestão. Governos têm orçamentos que variam, cortes, contingenciamento. O doador tem uma fidelização ao programa”, destacou Rosa.

A consolidação do programa Arpa significa a implantação de uma estrutura mínima de gestão que garanta a integridade das unidades de conservação no curto prazo e viabilize o planejamento a médio prazo. Com isso, essas áreas podem cumprir as finalidades para as quais foram criadas.

NOVAS UNIDADES

No mês em que completa 15 anos, o Arpa anuncia apoio a três novas unidades de conservação. São elas: Reserva Biológica do Guaporé e Parque Nacional Pacaás Novos, em Rondônia, e Parque Nacional do Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.

A decisão foi tomada pelo Comitê do Arpa, em reunião ordinária no Ministério do Meio Ambiente. Dessa forma, o programa vai supera a meta de apoiar 60 milhões de hectares, com 60,7 milhões de hectares em 117 unidades de conservação. O comitê é formado pelo MMA, sociedade civil, doadores e gestores dos órgãos ambientais.

 

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227

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