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Sustentabilidade é garantir a sobrevivência de todas as espécies

Publicado: Segunda, 11 Agosto 2003 21:00 Última modificação: Segunda, 11 Agosto 2003 21:00

Brasília (DF) - Para Gunter Pauli, fundador e presidente da Zero Emissions Research and Initiatives (Zeri), uma rede internacional de acadêmicos, empresários, governos e educadores que trabalha com questões ligadas à água, alimentos, saúde, abrigo, energia, educação e empregos, a definição clássica de desenvolvimento sustentável é "insustentável". Segundo ele, dizer que a sustentabilidade se resume a garantir a satisfação das gerações atuais e também das futuras é insuficiente. "Precisamos atender às necessidades de todas as espécies que sobrevivem pela co-evolução, não só do Homem", disse.

Pauli, juntamente com o secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, o economista Paul Singer, o físico Fritjof Capra e Miriam Duialibi, do Instituto Ecoar, participaram do painel Ecodesign - Planejando Projetos Sustentáveis, dentro das atividades dos Diálogos para um Brasil Sustentável, em Brasília (DF).

Falando sobre o trabalho desenvolvido pela Zeri, que tem projetos em vários países do mundo, inclusive no Brasil, Gunter Pauli defendeu que a humanidade precisa fazer mais com o que a Terra já produz. Segundo ele, "o Brasil é reconhecido como o mais rico país no mundo em termos de diversidade biológica. É chegado o tempo de ir além do desejo de meramente proteger esta riqueza em espécies e identificar maneiras e meios de converter essa riqueza num instrumento para a competitividade, bem como numa base para responder às necessidades básicas de todos os cidadãos em termos de água, alimentos, abrigo, assistência de saúde e energia". "Temos que falar menos e fazer mais", completou.

Usando os exemplos da produção e uso variado do café e do bambu, o empresário e economista assegurou que a geração de empregos, a capacidade de responder às necessidades locais, a capacidade de gerar renda e a capacidade de construir capital social são componentes chave para determinar a resistência social e econômica para uma economia local, sem se voltar para um mercado global. "Trabalhando em um sistema integrado, onde o 'lixo' de um processo é usado diretamente em outro, podemos obter maior produtividade, mais empregos e menos riscos ambientais", disse. Veja mais sobre a palestra de Gunter Pauli abaixo.

Segundo o economista Paul Singer, do Ministério do Trabalho, a tese de Pauli "é simpática, mas errada". Para ele, o trabalho humano é o que realmente agrega valor aos elementos livres da biodiversidade biológica e resultantes dos processos produtivos. "Existe diferença entre riqueza e valor. Não satisfazemos nossas necessidades diretamente, mas sim por meio do trabalho e do esforço de outras pessoas", explicou. Conforme Singer, o trabalho desenvolvido pela Zeri, muito positivo, se dedicaria a pequenas comunidades auto-sustentáveis e a pequenos empreendimentos, à parte dos mercados tradicionais, e isso, de forma isolada, não resolveria problemas brasileiros como a fome, o desemprego e a falta de moradia. "Vivemos em uma economia de mercado. Então, precisamos dar acesso a todos aos mercados. Aliado a isso, necessitamos de redistribuição de renda. O Brasil sofre com falta de moradias, mas não por falta de matérias-primas; e há fome, mas não por falta de alimentos", salientou.
 Singer procurou explicar, ainda, que defende a preservação e o uso racional dos recursos naturais. Para ele, no entanto, isso deve ser feito com políticas e marcos regulatórios, e não com ferramentas econômicas, com cobrança. "Há valores que transcendem as regras de mercado, então, defender a natureza economicamente é complicado. É perfeitamente possível e necessário que isso seja com políticas públicas", disse.

Textos base

Diversidade biológica como uma ferramenta para a competitividade
O caso do bambu, do arroz e do café
Gunter Pauli

O Brasil é reconhecido no mundo inteiro como o mais rico país no mundo em termos de diversidade biológica. É chegado o tempo de ir além do desejo de meramente proteger esta riqueza em espécies, e identificar maneiras e meios de converter essa riqueza num instrumento para a competitividade, bem como numa base para responder às necessidades básicas de todos os cidadãos em termos de água, alimentos, abrigo, assistência de saúde e energia. Este documento informativo demonstrará que é possível responder às necessidades prementes, especialmente dos pobres e daqueles que vivem da terra, ao mesmo tempo em que se embarca num caminho co-evolutivo com a natureza. Os três casos sobre os quais colaboramos para ver como se pode ter sucesso usando recursos biológicos que estão prontamente disponíveis nos ecossistemas brasileiros, tais como bambu, arroz e café.

A economia globalizada determina que a competitividade é definida como a combinação mais eficaz de mão de obra, capital e produtividade material. Na realidade ainda que a atual lógica econômica seja dominada por ?produto gerado por trabalhador por hora? ou produtividade de mão de obra, e pelo ?retorno gerado por dólar investido? ou produtividade de capital, o valor atribuído às matéria primas é considerado trivial na equação da economia mundial. Embora isso possa fazer sentido do ponto de vista das nações industrializadas, onde o custo real dos materiais de insumo é marginal (por exemplo, o valor adicionado de matéria primas num relógio é menos de 3%), e onde a diversidade biológica é muito pobre, a equação muda completamente Quando nós consideramos as oportunidades para o mundo em desenvolvimento. A riqueza em diversidade biológica oferece oportunidades de desenvolvimento únicas que são desconhecidas e portanto inexploradas na economia mundial que é dominada por nações caracterizadas ?quatro estações?.

Do Norte industrializado, caracterizado por uma pobre diversidade biológica, não se pode esperar que dê atenção prioritária à riqueza de recursos naturais, nem podem os economistas e especialistas em desenvolvimento imaginar como uma economia pode viver de sua riqueza natural. Países como o Brasil, que têm uma vasta reserva de diversidade biológica, mesmo chamada mega-diversidade, poderiam redefinir sua posição competitiva baseados na imensa variedade de espécies disponíveis. Essa diversidade biológica inclui os animais e plantas que estão bem documentados, mas deve também cobrir os bem menos conhecidos fungos, algas e bactérias. Segundo análises inovadoras e competitivas, a força de uma economia não é determinada pela mera disponibilidade de fatores insumos. A força da economia brasileira é determinada por sua diversidade, e a interação dinâmica entre os componentes mais díspares dos the Cinco Reinos da Natureza.

A força e a resistência da economia local: bambu

A geração de empregos, a capacidade de responder às necessidades locais, a capacidade de gerar dinheiro e a capacidade de construir capital social são consideradas quatro componentes chave para determinar a resistência social e econômica últimas da economia local. O vetor é a busca de níveis mais altos de produtividade, especialmente de produtividade material. Uma vez que a economia brasileira é caracterizada por uma abundância de diversidade biológica, uma abundância de mão de obra, e uma escassez de capital, a estratégia de desenvolvimento deve consequentemente basear-se naqueles três componentes.

Imaginem simplesmente o uso do bambu como ferramenta para a geração de empregos e de capacidade de responder às necessidades locais. Na cidade de Maceió, estado de Alagoas, , a Fundação Brasil ZERI negociou com as usinas de açúcar a conversão das partes menos produtivas da plantação numa área reminescente da Mata Atlântica. Embora a população local se opusesse a essa decisão, temendo perdas adicionais de empregos nas plantações de cana de açúcar, a iniciativa mereceu o benefício da dúvida. O reflorestamento com cerca de 40 diferentes espécies exige paciência e visão. A inclusão de uma espécie nativa de bambu de rápido crescimento foi um golpe de mestre. Com efeito, o pequeno bambu poderia ser colhido dentro de um par de meses e tornou-se a matéria prima do projeto ?cabide?, a fabricação de cabides a partir de materiais locais.

O cabide foi concebido por Lucio Ventania, u artista criativo de Belo Horizonte, que imaginou a produção do cabide sem o uso de qualquer cola ou metal.  Uma vez que o bambu, que é uma gramínea e não uma árvore, pode ser colhido dentro de meses, os cabides que foram criados deste produto natural geraram 80 empregos em questão de meses. O cabide rapidamente tornou-se um símbolo ecológico na região, e espera-se que gere mais empregos, mais renda e estimule maior conversão da economia local de uma petro-açúcar base, para uma economia solidamente baseada nos recursos naturais que são endêmicos. A embalagem dos cabides é feita com bagaço, abundante numa região dominada pela cana de açúcar. Este programa foi implementado com o apoio do SEBRAE.

De cabides a habitações sociais

Este programa ?bambu? foi inspirado num projeto ligado ao bambu comparável, realizado na Colômbia. A espécie local de bambu, chamada Guadua angustifolia, tornou-se o elemento central de um programa de habitação pelo qual a capacidade de fazer juntas de bambu segundo os códigos alemães de construção tornou-se uma ferramenta importante para o desenvolvimento de habitações sociais. Segundo publicações do Smithsonian Institute (Washington DC, USA) há cerca de 2,000 espécies de bambu. O Brasil e a Colômbia têm a mais diversidade. As variedades colombianas são ideais para a construção, e os testes científicos financiados pela Fundação ZERI demonstraram que os bambus mais fortes superariam à força de tensão e de compressão do aço e do cimento.

Esta é uma conclusão dramática. O bambu  é um material natural, considerado pelos mais pobres dos pobres como um símbolo de sua pobreza. Mas, segundo os relatórios científicos dos engenheiros de construção alemães, o bambu atende a todos os padrões e normas dos códigos de construção da Alemanha, uma nação que não planta qualquer espécie nativa.  A dinâmica do bambu é até mesmo mais impressionante Quando se considera que em meros cem metros quadrados é possível colher suficiente bambu para ?criar? uma casa a cada ano. Isso proporciona uma nova visão de como responder às necessidades habitacionais em algumas regiões onde o uso de blocos de cimento e de telhados de zinco oferece abrigo, mas raramente um lar.

Imaginem simplesmente que cerca de 100 bambus de 9 metros são suficientes para  proporcionar a estrutura para a moradia social. Uma casa de dois andares, com uma grande sacada, com cerca de 67 metros quadrados de espaço útil e um custo de construção quando o próprio proprietário constrói se limita a meros 1,750 dólares. A moradia social é vital, e proporcionar abrigo a todos é um dever. Assim, the conceito de ?plante sua própria casa? baseado em sistemas inovadores de construção e em técnicas de preservação é uma revolução, uma vez que seu financiamento pode ser parcialmente garantido através da venda de direitos de seqüestro de carbono. Com efeito, uma vez que o bambu é capaz de reter 40 vezes mais dióxido de carbono  por hectare por ano do que qualquer árvore, a promoção da moradia social usando bambu eqüivale à estabilização do clima.

A chave do sucesso é a preservação de bambu. Em cooperação com cientistas japoneses, os colombianos refinaram a técnica do bambu defumado. Basicamente a parte do bambu que não é usada para construção (40%) é convertida em carvão. A inovação é que os gases liberados nesse processo são capturados, destilados, purificados e re-evaporados no próprio bambu. Como resultado, o bambu é preservado por sua própria bioquímica. O efeito é simples: os produtos químicos tóxicos são substituídos por agentes naturais de  preservação, a casa de bambu tem um período de vida de  5 a 50 anos, aumentando a base de capital, gerando empregos locais e reduzindo o uso de materiais não sustentáveis.

O próximo passo é a eliminação do amianto e de suas fibras substitutas por fibras de bambu. Uma vez que o reforço de placas de cimento com fibras minerais é a norma, o uso de fibras vegetais tem sido considerado inviável pela simples razão de que a presença de açúcares inibe a cristalização perfeita do cimento. No entanto, um  estudo cuidadoso de fungos que vivem no bambu permitiu a produção de um ?iogurte? que libera quantidades maciças de enzimas que destruem todos os açúcares. Isso torna as fibras de bambu um substituto ideal para o amianto. A primeira dessas fábricas foi criada nos arredores de Jacarta, na Indonésia, através de um investimento japonês.

Abordagem sistêmica dos alimentos     

A concepção de um conglomerado de atividades em torno do bambu,  que inclui um programa de moradia social, que seqüestra dióxido de carbono ao mesmo tempo em que promove a eficiência e a beleza, com base numa concepção ecológica não é apenas socialmente responsável, é também economicamente viável e reflete the riqueza em cultura e artes. O que surge é um conglomerado de atividades sócio-econômicas que transforma o bambu economicamente ?inativo?  num motor de desenvolvimento. É na mesma linha de pensamento que se pode começar a reavaliar vários ecossistemas e imaginar um programa econômico que responda rapidamente às necessidades das pessoas. Outro conglomerado de atividades deste tipo foi desenvolvido em torno do café.

O preço do café no mercado mundial caiu a seu nível mais baixo em seus 100 anos de história. O bambu não é usado de modo algum, mas o café somente é usado marginalmente. Na realidade somente 0.2% do que qualquer cafeicultor produz termina na xícara de café, o resto é considerado dejeto. Um programa nas fazendas e em cidades do interior da Colômbia transformou essa maciça corrente de dejetos, ou melhor esse volume maciço de biomassa não utilizada numa fonte de proteínas. Na realidade os programas de desenvolvimento regional na Região do Café (Perreira, Armenia, e Manizales) prevê que até 60% da segurança alimentar local para crianças serão gerados a partir de dejetos do café, tanto nas fazendas quanto nas unidades de beneficiamento quanto nas casas.

O café é rico em cafeína. No entanto seus dejetos, ricos em fibras e proteínas, nunca foram considerados apropriados para uso como forragem, uma vez que a cafeína provocaria estresse nas vacas tanto quanto o excesso de provoca em qualquer ser humano. NO entanto, uma série de cogumelos vive melhor em substratos ricos em cafeína. Isto é especialmente verdadeiro para o shiitake (Lentinula edodes), um cogumelo tropical reconhecido por sua riqueza em amino-ácidos essenciais e em componentes nutarrozúticos,  como terpenoides e proteínas poli-sacarídeas. Tradicionalmente, o shiitake é cultivado em madeiras de lei como o carvalho. Isso tem levado a esquemas maciços de desmatamento na China, onde o shiitake e  cogumelos  tropicais correlatos agora representam uma indústria de exportação de  a 1.7 bilhões de dólares. Os dejetos do café são um substrato ideal para os cogumelos shiitake.

O cultivo de cogumelos na cidade de Manizales, na Colômbia, levou à criação de empregos em favelas. Os dejetos do café local são fermentados, inoculados, transformando edifícios não utilizados em unidades agrícolas urbanas  onde cooperativas geram empregos e alimentos. Os cogumelos são integrados no programa de merenda escolar, assegurando proteínas para as crianças, ao mesmo tempo em que proporcionam renda para as mães. O cultivo de cogumelos exige higiene, que é prontamente aceita, uma vez que o cultivo agora é para geração de renda. A quantidade de dejetos orgânicos é reduzida, melhoram-se as condições de saúde, enquanto se minimiza o volume de lixo coletado. Os dejetos do cultivo de cogumelos não contêm cafeína e são ricos em proteínas, enquanto que as fibras geralmente já foram trituradas. Agora  é uma boa forragem. Os programas de hortas em escolas estão adaptados ao cultivo de cogumelos. As crianças na escola, tanto dentro quanto fora da cidade, aprendem como transformar os dejetos da escola em alimentos, que são transformados numa deliciosa refeição uma vez por semana. As crianças, desde as tenras idades de 4 e 5 anos no jardim da infância aprendem desde cedo que a  natureza é abundante.

Se no café há dejetos em abundância, certamente haverá outros dejetos orgânicos disponíveis disponíveis. O cultivo de cogumelos ostra no jacinto d?água (Eichornia crassipes, também conhecido como aguapé em português) tem sido demonstrado no Zimbabwe, como parte de um programa de alimentos para órfãos do HIV e de um programa de empregos, ou pode-se usar chá, conforme tem sido feito com sucesso no centro de Berlim a capital da Alemanha.

O conglomerado do arroz no Sul do Brasil

A abordagem ZERI sugere que tudo o que é dejeto para um, é alimento para outro, que pertença a outro reino da natureza. É esse cascatear de matéria e energia que torna a capacidade de regeneração dos ecossistemas tão forte. É nossa falta de entendimento de como os Cinco Reinos da Natureza se interligam e continuam a converter ? na temperatura e na pressão do ambiente - restos e recursos não utilizados em nutrientes, reservas, energia e estrutura para outros. A estratégia empresarial central, que domina a atual lógica dos negócios, torna impossível considerar um tal conglomerado de atividades econômicas. Embora seja exatamente esse conglomerado que permite que a economia local responda às necessidades da comunidade.

Um programa desse tipo é o uso da água da irrigação de plantações de arroz para o cultivo de algas do tipo spirulina. Os casos anteriores demonstraram a inter-relação entre plantas, animais e fungos. Agora isso se enriquece mais ainda com a oportunidade oferecida pelas algas. A Spirulina platensis se desenvolve em ambiente alcalino. É rica em betacaroteno e apenas uma grama por dia proporciona uma série de minerais que asseguram nutrientes básicos de que uma criança necessita para desenvolver-se. A capacidade de assegurar saúde e nutrientes foi originalmente demonstrada em torno do lago Chade (África) e a spirulina rapidamente tornou-se o suprimento alimentar favorito dos hippies nos anos sessenta. Devido a chuvas ácidas decorrentes da poluição descontrolada do ar, há poucas condições naturais para que as algas se possam desenvolver. Uma das principais exceções é a ponta meridional do Brasil, hoje caracterizada por uma crise no cultivo do arroz.

Se considerarmos somente o preço do mercado mundial para o arroz, então os rizicultores do Sul do Brasil estão em crise. Realmente, a um preço de meros US$ 200/ton, não há possibilidade de sobrevivência para os trabalhadores. Mas se considerarmos o ecossistema em que o arroz é um componente central, então surge um amplo leque de oportunidades: a água é muitíssimo adequada para o cultivo de algas, a palha de arroz é ideal para cogumelos que se criam na palha (Volvariella volvacae), as espigas de arroz  são uma rica fonte de silício de que se pode fazer janelas não transparentes, os dejetos da fazenda, inclusive os cogumelos são alimentos para animais, o esterco dos animais gera biogás, os líquidos digestivos proporciona, alimentação adicional para as algas, e a água residual é excelente alimentação para os peixes ? não há simplesmente fim na generosa geração de alimentos pela natureza. Não há qualquer razão para Ter-se fome no Brasil.

Qual é o elo que falta? O bambu!

Com efeito, as algas não cresciam porque a terra plana recebia muitos ventos, portanto há que construir-se uma proteção. Quando as tendas tradicionais não podiam resistir ao fustigar constante dos ventos, o plantio de bambu mostrou ser uma solução ideal. Quando nos damos conta do poder da  natureza, da lógica dos sistemas, dos arcos dinâmicos de retroalimentação que nos dá o nosso entendimento de como a natureza integra e separa sem a geração de dejetos, então podemos imaginar as maneiras e os meios para responder às necessidades das pessoas em co-evolução com a natureza. Esta estratégia proporciona água e alimentos, assegura a criação de capital social, e dá uma noção de comunidade que dá força ás pessoas. O atual sistema econômico pode ser o melhor que tenhamos imaginado, mas há certamente muito espaço para melhorias.

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