LUCAS TOLENTINO
Enviado especial ao Rio de Janeiro
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, defendeu nesta terça-feira (13/06) a participação social e a transparência nas medidas de conservação e restauração florestal do país. A declaração ocorreu na cerimônia de comemoração do aniversário de 209 anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). O evento marcou a reabertura da Região Amazônica do JBRJ, revitalizada com o apoio da Agência Nacional de Águas (ANA).
A participação social foi apontada por Sarney Filho como fator essencial para a proteção dos biomas brasileiros e para a restauração florestal. “Conseguimos a abertura de diálogo com a sociedade civil, os estados e os municípios”, observou. O ministro citou a implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) como exemplo de política em que é necessária a integração entre os diversos setores. “Na área ambiental, a transparência é fundamental”, acrescentou.
O presidente do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Sergio Besserman, destacou a importância da regularização ambiental dos imóveis rurais brasileiros, que será realizada a partir do CAR. “É preciso que ela seja feita buscando ao máximo a preservação da biodiversidade local e considerando a mudança do clima que afeta a vida de todos os seres encontrados nesses biomas”, afirmou Besserman.
PAPEL HISTÓRICO
A importância do JBRJ existência para os avanços da ciência foi destacada por Sarney Filho. “O Jardim Botânico (do Rio) tem cumprido sua missão de preservação da biodiversidade e seu papel histórico de pesquisa científica”, declarou o ministro. De acordo com ele, o local abriga espécies raras nativas e exóticas e tem importância expressiva, também, para educação ambiental, cultura e turismo.
O JBRJ foi incorporado à estrutura do MMA em 2001, quando Sarney Filho ocupava, também, o cargo de ministro do Meio Ambiente. “O Jardim, como autarquia federal, adquiriu autonomia administrativa e financeira necessária para exercer sua liderança como instituto de pesquisas”, avaliou o ministro.
As pesquisas realizadas pelo espaço têm papel central para a conservação das espécies que se encontram em situação de risco. “É preciso salvar as espécies ameaçadas de extinção, ter conhecimento para que haja a produção de sementes e mudas”, afirmou Besserman. “Essa á contribuição do Jardim Botânico ao Brasil e ao planeta”, emendou o presidente do JBRJ.
PLANTAS AMAZÔNICAS
Com a reabertura da Região Amazônica, o público terá acesso a uma área importante do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que foi fundado, em 1808, por Dom João VI. Essa área começou a ser criada mais de 100 anos depois da fundação do JBRJ, na década de 1920, quando a administração de Pacheco Leão realizou a sistematização de uma coleção de plantas amazônicas no local.
O novo projeto paisagístico da área introduziu novas plantas e o lago foi desassoreado. A cabana do pescador foi reconstruída com base nas moradias tradicionais amazônicas, recuperando as características da cabana original, destruída por uma enchente em 1936. Também fazem parte do conjunto o trapiche que dá acesso à cabana e a escultura do pescador, que foi restaurada.
As comemorações do aniversário do JBRJ contaram, ainda, com a inauguração de duas exposições fotográficas. A mostra Rede Abrolhos: monitorando o maior complexo coralíneo do Atlântico Sul é formada por 40 imagens aéreas e submarinas dessa região da costa brasileira e tem curadoria de Fernando Moraes, pesquisador do JBRJ. Já a exposição Herbário: coleção e ciência enfatiza as transformações na ciência botânica e tem a curadoria de Rafaela Forzza e Marli Pires Morim, pesquisadoras do JBRJ.
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