WALESKA BARBOSA
A necessidade de inserir a água como prioridade na agenda nacional e superar os desafios impostos pela escassez do recurso foram pontos abordados na primeira mesa de debates do seminário Águas do Brasil – 20 anos da Lei das Águas, que acontece durante todo o dia no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, por ocasião do Dia Mundial da Água, 22 de março.
Com o tema Governança e Segurança Hídrica, a discussão contou com a participação do ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, do secretário-executivo da pasta, Marcelo Cruz, do diretor-executivo do WWF, Maurício Voivodic, do secretário da Casa Civil do Governo do Distrito Federal, Sérgio Sampaio, e do secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração, Antônio de Pádua.
Para Sarney Filho, as iniciativas de gestão dos recursos hídricos estão restritas à mitigação. “Precisamos pensar na adaptação também. Em como garantir a recuperação de nascentes, matas ciliares e a sobrevivência dos rios”, disse.
Sergio Sampaio alertou para a situação inédita, de acordo com ele, de crise nos recursos hídricos no Distrito Federal. “Sempre convivemos com a crença da abundância e agora convivemos com a escassez. Podemos antever um período dificílimo”, afirmou.
ENFRENTAMENTO
Para atenuar a crise já instalada no DF, ele relatou as medidas previstas no Plano de Enfrentamento da Escassez, entre elas, obras que possibilitem a utilização das águas de Corumbá IV – GO, do Lago do Paranoá e do Ribeirão do Bananal no abastecimento de Brasília, além de ações em educação ambiental. As obras serão realizadas, de acordo com o secretário do DF, em parceria com órgãos do governo federal.
“Além da crise nos recursos hídricos, estamos vivendo uma financeira sem precedentes, que impacta na capacidade de investimentos. A escassez de água será mais frequente, mas acreditamos no poder de mudança de postura e comportamento das pessoas. Temos a missão de fazer com que a cidade sobreviva à crise hídrica”, afirmou.
O Ministério da Integração é um parceiro importante para a realização de obras que permitem a redução dos impactos gerados pela crise hídrica no país, como a transposição do rio São Francisco. “Mas além de infraestrutura é necessário coibir o uso não sustentável e a degradação de mananciais”, defende o secretário de Infraestrutura Hídrica da pasta, Antônio de Pádua.
Ele defendeu a Lei das Águas como um marco legal que possibilitou avanços importantes no modo como o Brasil faz uso dos seus recursos hídricos. “Mas temos que aperfeiçoar, universalizar e prosseguir nos parâmetros de sustentabilidade socioambiental”, concluiu.
SOBRE O SEMINÁRIO
O seminário Águas do Brasil - 20 anos da Lei das Águas é realizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Frente Paralamentar Ambientalista, como parte da programação do Mês das Águas. Até o final de março, toda a área da Esplanada dos Ministérios, no centro da capital, está iluminada de azul para lembrar a importância dos recursos hídricos.
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