LUCAS TOLENTINO
Enviado especial a Itacoatiara (AM)
O governo federal adotará medidas para desenvolver uma economia florestal sustentável no país. No primeiro dia de viagem à Amazônia Legal para conter o desmatamento, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, declarou nesta quarta-feira (08/02) que concentrará esforços para criar alternativas financeiras capazes de frear a degradação do bioma. Entre elas, estão garantias aos produtores legalizados e benefícios socioambientais para as populações locais.
Em visita à área de manejo em Itacoatiara (AM), a 270 Km de Manaus, o ministro destacou que o governo federal trabalha no desenvolvimento de políticas para estimular a conservação ambiental e atividades como o manejo florestal. “O nosso objetivo é dar transparência absoluta ao processo”, declarou Sarney Filho. “Teremos um sistema que vai dar conforto àqueles que atuam dentro da legalidade”, acrescentou.
A atividade faz parte da programação da Caravana Verde de combate ao desmatamento, viagem oficial aos estados Amazônia Legal liderada por Sarney Filho, com equipe formada pelos secretários do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelos dirigentes dos órgãos vinculados. Ao longo do mês, o ministro visitará ainda localidades em Rondônia, Acre, Mato Grosso e Pará.
COALIZÃO
Sarney Filho participou de reunião com a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, articulação composta pelo setor privado, sociedade civil e academia. O movimento solicita, entre outras coisas, transparência no processo de permissão para extração sustentável de madeira, com o objetivo de coibir a ilegalidade na cadeia. A Coalizão solicitou, ainda, a formação de um grupo de trabalho para o fomento ao manejo florestal sustentável.
A atuação dos diversos setores da população também foi citada como fundamental para a conservação ambiental no país. “A base dessa gestão é a participação da sociedade”, ressaltou Sarney Filho. “As políticas de comando e controle (do desmatamento) têm grande importância, mas o ideal é que eles venham ao lado de alternativas econômicas”, defendeu.
FLORESTA EM PÉ
Uma das prioridades de Sarney Filho, a economia florestal surge como aliada na conservação ambiental do país. O ministro conheceu o complexo de 500 mil hectares em Itacoatiara, onde são desenvolvidas atividades que reforçam o valor da floresta em pé. “Isso prova que o projeto de manejo é viável e dá retorno financeiro”, resumiu Jeanicolau de Lacerda, da Precious Woods.
A corporação busca difundir a atividade ambientalmente legal pelo Brasil afora e, com isso, promover o desenvolvimento sustentável. Atualmente, no entanto, 97% dos compradores são estrangeiros, principalmente de países europeus como Holanda e França. “As boas produções vão para fora”, explicou Jeanicolau. “É preciso dar valor à floresta e produzir de maneira sustentável para que o mercado brasileiro possa se ajustar.”
ENERGIA LIMPA
A atividade contribui, ainda, para a formação de uma matriz energética limpa na região de Itacoatiara. Após a produção de material destinado produtos como dormentes de trilhos de trem, vigas e pisos, os resíduos que sobram do processo são aproveitados como biomassa em uma usina instalada na região. O complexo mantido pela empresa BK é responsável pelo abastecimento de aproximadamente 30% da cidade.
A geração de energia limpa nesses moldes segue a tendência necessária para que o país cumpra as metas assumidas no cenário internacional para conter a mudança do clima. A medida garante a redução de emissões de gases de efeito estufa ao evitar consumo de combustíveis fósseis para abastecimento da cidade, segundo o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Luiz Otávio Koblitz, responsável pelo empreendimento.
A CARAVANA VERDE
Além do Amazonas, a Caravana Verde de combate ao desmatamento passará por Rondônia (09/02), Acre (10/02), Mato Grosso (16/02) e Pará (21/02). Chefiada por Sarney Filho, a equipe é formada pelos secretários Edson Duarte (Articulação Institucional e Cidadania Ambiental), Everton Lucero (Mudança do Clima e Florestas), Jair Tannus (Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental), José Pedro de Oliveira Costa (Biodiversidade) e Juliana Simões (Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável).
As atividades também são acompanhadas pela presidente do Ibama, Suely Araújo, pelo presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, pelo diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Raimundo Deusdará, e pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu.
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