WALESKA BARBOSA
Em 2015, o pernambucano Hélder Santana, então com 23 anos, venceu um concurso mundial de fotografia. “É surpreendente para mim até hoje ter me sobressaído em uma disputa internacional”. Em 2016, ele também se inscreveu e foi finalista do certame.
Em 2017, mais uma vez os jovens brasileiros entre 18 e 25 anos têm a oportunidade de participar do Concurso de Fotos para Juventude, disputado por Hélder. Promovido pela Convenção de Ramsar, com o tema Áreas Úmidas e Redução de Riscos de Desastres, o prêmio busca mobilizar os jovens para acreditar que sua ação sobre o meio ambiente pode fazer a diferença. Confira a página do concurso e o edital.
O vencedor recebe uma viagem para um sítio Ramsar de qualquer lugar do mundo. Eles são 2.243, em 169 países. No caso de Hélder, que dividiu o primeiro lugar com uma italiana, a premiação foi um equipamento fotográfico. “A câmera tem uma qualidade muito boa e jamais vou me desfazer dela. É meu troféu”, afirma.
Para participar, os interessados devem captar as imagens com celular ou câmera digital em uma área úmida. O envio deve ser feito a partir de 2 de fevereiro. O prazo termina à meia-noite do dia 2 de março, no horário suíço (+3h em relação a Brasília), para o site www.worldwetlandsday.org. Informações podem ser solicitadas no endereço Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
ESTIAGEM
Interessado em arte e cultura, o também músico Hélder Santana, nascido em Passira (a 100 Km de Recife), diz que a foto escolhida pelo júri, em que retrata um cavalo montado por uma criança no rio Capibaribe, em Limoeiro-PE, até hoje é muito conhecida na cidade de 30 mil habitantes e registra uma cena comum da região. De acordo com a comissão que fez a escolha, a imagem traz uma combinação perfeita de movimento e luz. “A minha vitória trouxe muita visibilidade para todos nós”.
A terra de Hélder é um exemplo que se encaixa no tema do concurso deste ano. Por causa dos efeitos das mudanças do clima, um longo período de estiagem fez decair uma das maiores produções irrigadas de milho do estado, que tinha lugar em Passira, também conhecida por sua produção de bordado manual. “Quem não tem poço tem que abastecer a casa com carro-pipa. Acabou a água”, lamenta.
O município não é o único. O Nordeste atravessa a maior seca dos últimos cem anos. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, já demonstrou a preocupação da pasta com a questão e defendeu a maturidade do país para compreender as dimensões do problema da mudança do clima, para agir na prevenção de suas causas e na mitigação de seus efeitos.
O ministério, por meio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), é a autoridade administrativa da Convenção de Ramsar no país, atuando para viabilizar a implantação dos compromissos assumidos. Cabe ao MMA a formulação das estratégias e o provimento dos recursos e dos meios destinados à sua efetiva implantação no Brasil.
CONVENÇÃO
A data – 2 de fevereiro – foi estabelecida pelo Comitê Permanente da Convenção de Ramsar como Dia Mundial das Áreas Úmidas (World Wetlands Day). A finalidade é estimular a realização, por governos, organizações da sociedade civil e grupos de cidadãos, de ações e atividades que chamem a atenção para a importância dessas regiões, para a necessidade de sua proteção e para os benefícios que o cumprimento dos objetivos da Convenção pode proporcionar.
A Convenção é um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações fundamentadas no reconhecimento, pelos países signatários, da importância ecológica e do valor social, econômico, cultural, científico e recreativo de tais áreas. Foi estabelecida em 1971 na cidade de Ramsar, no Irã, e entrou em vigor quatro anos depois, em fevereiro de 1975.
ÁREAS BRASILEIRAS
O Brasil ratificou o tratado em setembro de 1993, passando a ter acesso a benefícios como cooperação técnica e apoio financeiro para promover a utilização dos recursos naturais das áreas úmidas de forma sustentável, favorecendo a implantação de um modelo de desenvolvimento que proporcione qualidade de vida aos seus habitantes.
De acordo com a Convenção de Ramsar, as zonas úmidas são áreas de pântano, charco, turfa ou água, natural ou artificial, permanente ou temporária, com água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de água marítima com menos de seis metros de profundidade na maré baixa.
Já o Comitê Nacional (CNZU) aprovou a seguinte definição para as zonas úmidas brasileiras: ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanente ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica.
No país há dois tipos de áreas úmidas – as costeiras, compostas por manguezais, campos alagáveis, e praias; e as interiores, que incluem veredas, várzeas amazônicas, igapós, campinarana e pantanal.
Elas estão distribuídas em treze sítios Ramsar, que também correspondem a unidades de conservação:
- Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA)
- Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA)
- Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luiz (MA)
- Parque Nacional do Araguaia - Ilha do Bananal (TO)
- Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS)
- Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense (MT)
- Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT)
- Reserva de desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM)
- Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Rio Negro (MS)
- Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA)
- Parque Estadual do Rio Doce (MG)
- Parque Nacional do Cabo Orange (AP)
- Reserva Biológica Atol das Rocas (RN)
SERVIÇO
Áreas Úmidas - Convenção de Ramsar
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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