LUCAS TOLENTINO
Enviado especial ao Rio
O ex-catador Tião Santos e os sete irmãos cresceram no lixão do Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro. Trabalhavam com a coleta de resíduos para sobreviver. Criativo, Tião dava novas utilidades àquilo que os outros jogavam fora. Depois de muita batalha, protagonizou o documentário “Lixo Extraordinário”. Hoje, aos 37 anos, é exemplo de engajamento e milita tanto pela dignidade da categoria quanto pela questão ambiental.
A história de Tião e a questão dos resíduos sólidos foram debatidas nesta sexta-feira (19/08), no Rio de Janeiro, nos Diálogos Brasil Sustentável, promovidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) na programação do governo federal nas Olimpíadas Rio 2016. “O preconceito já nasce na sociedade, que não reconhece o catador como cidadão”, alertou Tião, durante o debate. “É essencial a humanização do trabalho dessas pessoas que sequer são vistas”, completou.
VALORIZAÇÃO
A inclusão social dos catadores e a conscientização da população surgiram como uma das principais medidas para a questão dos resíduos sólidos. “A reciclagem nasce da pobreza e da exclusão social, e não da educação ambiental. Isso tem de mudar”, defendeu Tião. “O que buscamos é a valorização e o reconhecimento das bases”, acrescentou o representante do Movimento Nacional dos Catadores Materiais Recicláveis, Custódio Chaves.
O papel de cada um na gestão dos resíduos sólidos também foi abordado no debate. O gerente do Departamento de Ambiente Urbano do MMA, Eduardo Rocha, afirmou que as responsabilidades começam dentro de casa e vão até os fabricantes e gestores públicos. “Os grandes eventos realizados no Brasil recentemente já mostram um movimento grande das prefeituras na coleta de resíduos”, exemplificou.
CONSERVAÇÃO
Os Diálogos Brasil Sustentável desta sexta-feira também incluíram debates sobre a extinção de espécies de plantas e animais. “A proteção das espécies é fundamental para fornecer uma agenda positiva de conservação para o século 21”, pontuou o biólogo e especialista em ecologia Fernando Fernandez, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “As políticas públicas são a solução para questões como reflorestamento”, resumiu a pesquisadora Eline Martins, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Edição: Alethea Muniz
Assessoria de Comunicação Social (61): 2028-1227
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