LUCIENE DE ASSIS e RAPHAEL FELICE
O diretor, roteirista e produtor de cinema e de TV Estevão Ciavatta e a equipe da Pindorama Filmes se embrenharam pela floresta amazônica e viajaram mais de dez mil quilômetros por água, terra e ar em busca de revelar uma sociedade que continua anônima para o Brasil. O resultado dessa busca insólita está retratado no documentário Amazônia Sociedade Anônima, que será tema de palestra nesta sexta-feira (3/4), a partir das 19h, durante as comemorações da Semana Nacional do Meio Ambiente, no Museu Nacional Honestino Guimarães, no Complexo da República, em Brasília.
Diante de tudo o que viu e conheceu na execução do projeto, Ciavatta assim descreve a floresta: “A Amazônia é gigantesca e sempre foi a terra da diversidade, não só da biodiversidade, mas, também, da sociodiversidade”. E faz uma revelação sobre esse pedaço da região Norte, hoje principal fronteira agrícola do Brasil: “A Amazônia reúne mais de 180 línguas nativas e a maior biodiversidade da Terra”.
POVOS E ÁRVORES
A ideia de filmar Amazônia S/A surgiu em 2002, quando o cineasta filmou pela primeira vez na região e passou por várias etapas e períodos diferentes. Sobre a repercussão deste trabalho, diz Ciavatta: “Espero que as pessoas entendam a importância estratégica da Amazônia para o futuro econômico e climático no Brasil”.
O diretor relata, no filme, os impactos do desenvolvimento econômico sobre a área com a maior biomassa florestal do planeta, ao acomodar pelo menos 400 bilhões de árvores num espaço que ocupa 61% do território brasileiro. Ao iniciar o projeto do documentário, Ciavatta conta que já imaginava essa multiplicidade de sonhos, interesses, realidades, problemas e desafios.
REVELANDO MISTÉRIOS
Segundo ele, o filme resume bem parte dos muitos milhões de anos de existência da Amazônia, que teve a figura humana incorporada ao seu cotidiano há 15 mil anos. Mesmo assim, garante o cineasta, a região ainda é local de mistérios e desafios, que congrega as mais antigas ocupações humanas nesta parte da América do Sul.
Berço da antiga cultura Tupi, a Amazônia é, historicamente, uma terra de diferenças. E Ciavatta explica que seu objetivo, com esse roteiro, “é mostrar como a economia global já incorporou a Amazônia e como o Brasil está operando isso”.
Com registros nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará, Ciavatta garante que a versão final do trabalho correspondeu às expectativas e alcançou os objetivos propostos: “Foi muito gratificante produzir esse documentário, que teve uma grande repercussão”. E afirma ter sido o início de uma nova fase em sua carreira, pois “foi um marco na minha relação com a Amazônia e confirma meu interesse em continuar trabalhando na região”.
EXPERIÊNCIAS
O cineasta e roteirista é sócio-fundador da Pindorama Filmes. Formado em cinema pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, em 1993, tem no currículo a direção de centenas de programas para a televisão, como os premiados “Brasil Legal”, “Central da Periferia” e “Um Pé de Quê?”, além dos filmes “Nelson Sargento no Morro da Mangueira” e “Programa Casé – o que a gente não inventa não existe”.
Criador da série “Preamar”, da HBO, e do longa de ficção “Made in China”, no qual assina roteiro e direção, Ciavatta lança, neste ano, a série internacional “Jogos do Mundo”, com oito episódios gravados em sete países diferentes.
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