Por: Lucas Tolentino, enviado especial a Paris – Edição: Alethea Muniz
Especialistas reconheceram a eficiência das políticas brasileiras para frear o aquecimento global. Em evento paralelo da 21ª Conferência das Partes (COP 21), realizado na Embaixada do Brasil em Paris, gestores públicos e pesquisadores apontaram a renovação da matriz energética como uma das principais medidas para que o país atinja a meta de corte de emissões apresentada às Nações Unidas.
As fontes renováveis correspondem, hoje, a 78% da geração de energia do Brasil. O dado supera em mais de três vezes a média mundial, com apenas 20,3% de fontes renováveis e mais de 40% provenientes do carvão. “O Brasil já faz a diferença e pode fazer mais a partir de uma perspectiva de inovação tecnológica”, declarou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. “É preciso um debate sobre essa questão na agenda climática.”
CRESCIMENTO
Levantamento apresentado no encontro mostrou que o Brasil está no caminho certo. Liderado pelo pesquisador Emílio La Rovere, da COPPE/UFRJ, o estudo analisou as implicações das ações brasileiras voltadas para o corte de emissões de carbono. “Com a adoção das políticas adequadas, a INDC (meta nacional) do Brasil pode contribuir para o crescimento econômico sustentável, o desenvolvimento social e a redução de emissões’, afirmou Emílio.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ressaltou o desafio brasileiro de implantar a meta nacional de corte de emissões e, ao mesmo tempo, manter o crescimento econômico. “O país tem um enorme potencial em termos de bioenergia e deve investir nisso”, defendeu. “O planejamento de ações é a chave para que o país continue nessa posição de liderança”, acrescentou o diretor-geral da Eletrobrás Cepel, Albert Melo.
O debate faz parte dos Diálogos do Brasil na COP21 – Rumo à Implementação da INDC Brasileira, realizado de hoje ao dia 9 de dezembro na Embaixada do Brasil em Paris.
SAIBA MAIS
O efeito estufa é um fenômeno natural que tem sofrido alterações por conta de atividades humanas como o transporte e a geração de energia. Com isso, têm sido geradas as mudanças do clima. Para mudar esse cenário, diplomatas de 195 países estão reunidos até o fim da próxima semana, em Paris. O objetivo é chegar a um novo acordo global capaz de limitar o aumento da temperatura da Terra a até 2ºC.
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