Por: Lucas Tolentino - Editor: Marco Moreira
O Brasil e a União Europeia fizeram os preparativos finais para a Cúpula das Nações Unidas que definirá o futuro acordo para frear o aquecimento global. Termina nesta sexta-feira (06/11), no Rio de Janeiro, o evento Mudanças Climáticas, Somos Todos Responsáveis, que reuniu especialistas e gestores de diversas nacionalidades para discutir questões ligadas à redução de emissões de gases de efeito estufa a nível internacional.
O encontro antecede a 21ª Conferência das Partes (COP 21), marcada para ocorrer em Paris nas duas primeiras semanas de dezembro próximo. Na Cúpula, representantes dos 193 países signatários da Convenção de Clima das Nações Unidas negociarão um acordo com metas distintas de corte de emissões nos próprios territórios. Juntas, precisam conseguir limitar o aumento da temperatura média global da Terra a até 2°C.
AMBIÇÃO
A contribuição brasileira para o futuro acordo vale para todos os setores da economia. Anunciada em setembro, a meta é reduzir 37% das emissões de carbono até 2025 e 43%, até 2030. Ambas são comparadas aos índices de 2005. “O Brasil é o único país que, em 40 anos, vai aumentar a população, crescer, se desenvolver e emitir menos do que emitia antes”, declarou a ministra. “Construir isso não é trivial e essa é a nossa ambição.”?
O novo acordo deve começar a valer em 2020. A negociação dos detalhes do instrumento, no entanto, inclui pontos delicados e promete dias e noites exaustivas na plenária da COP 21. “Uma das questões é a diferenciação: alguns países têm que fazer mais e outros têm que fazer muito mais”, explicou Izabella Teixeira. Segundo ela, também é necessário definir como será o período de transição para o chamado novo regime climático.
NOVOS CAMINHOS
Considerada robusta pelos especialistas, a meta brasileira se soma a outros compromissos já em curso. Com os Estados Unidos, o Brasil assinou declaração para renovação da matriz energética e restauração de 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Com a Alemanha, firmou pacto para “descarbonização” das economias. “O debate não é mais sobre o problema, é sobre como trilhar novos caminhos”, ressaltou Izabella.
Para atingir os objetivos, a ministra frisou a necessidade de engajamento de todas as esferas de governo. “É preciso haver o engajamento dos Estados com na agenda ambiental”, afirmou. “Os órgãos estaduais têm de mostrar, com transparência, a capacidade de trabalhar questões como a supressão de vegetação.”
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