Curitiba (PR) - Na primeira reunião do Grupo de Trabalho Araucárias Sul, realizado nessa quinta-feira, em Curitiba (PR), empresários, ONGs, autoridades federais, estaduais e municipais estabeleceram propostas de trabalho para a preservação e manejo das matas de araucária. Os três governos estaduais da Região Sul têm pela frente a missão de fazer levantamentos de medidas compensatórias a serem adotadas no caso da criação de Unidades de Conservação.
Na abertura da reunião, o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, afirmou que a proteção das florestas é uma atribuição inalienável do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ibama. ?Nós queremos, em articulação com os governos estaduais, dar um basta, de fato, na exploração predatória e ilegal que vem ocorrendo com as matas de araucária. E isso é uma questão que não está em discussão. Esse processo vai prosseguir. É determinação legal, constitucional, que o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente estão obrigados a cumprir?, enfatizou.
Ele lembrou que não é intenção do MMA transformar o trabalho do GT em um embate, porque em última instância caberá à ministra do Meio Ambiente e ao Governador do Estado a decisão de criar Unidades de Conservação nos locais ameaçados pela destruição das florestas. ?Nós temos que ter a competência de apresentar uma boa proposta, que elevada às instâncias decisivas, assegure o futuro dessas florestas?, disse.
Na mesma reunião, o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, apresentou as novas diretrizes da fiscalização, não alicerçadas em denúncias, mas no planejamento das ações de campo, que terão caráter permanente. A participação da sociedade civil no trabalho de fiscalização da Mata Atlântica, segundo ele, vai ser amplamente discutida no seminário que será realizado na Região Sul, em julho.
Como resultado parcial da operação de fiscalização realizada neste ano, no Paraná e em Santa Catarina, Montiel informou que: foram apreendidos 709 metros cúbicos entre araucárias, cedros e outras espécies; identificados cerca de 240 hectares de áreas desmatadas e lavrados uma dezena de autos de infração, totalizando R$ 607 mil . ?Foi feita ainda a identificação de, pelo menos, mais 210 pontos de desmatamento a serem vistoriados. Só um desses pontos tem cerca de 370 hectares?, adiantou.
A próxima reunião foi marcada para o dia 14 de julho, em Florianópolis (SC).
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