Por: Lucas Tolentino e Paulenir Constâncio – Editor: Marco Moreira
Brasil e Alemanha acordaram declaração conjunta para reduzir o avanço das mudanças climáticas. A presidenta Dilma Rousseff e a chanceler alemã Angela Merkel anunciaram, nesta quinta-feira (20/08), o compromisso de ambos os países na “descarbonização” de suas economias. O objetivo é garantir o desenvolvimento sustentável e contribuir para limitar o aumento da temperatura média global em 2° C.
A declaração alinha os interesses dos dois países para o futuro acordo internacional sobre mudanças do clima, que será negociado em dezembro na 21ª Conferência das Partes (COP 21), em Paris. “São ações comuns para enfrentar uma das grandes questões do século 21, o aquecimento global. Nesse sentido, o nosso compromisso com a descarbonização é algo muito relevante”, declarou Dilma Rousseff.
EXEMPLO
Os recordes brasileiros na redução de emissões por meio do combate ao desmatamento foram destacados pela chanceler alemã. “O Brasil deu um grande passo para chegar a esse patamar’, afirmou Angela Merkel. “Estamos satisfeitos com a agenda ambiciosa em torno da questão climática.” Segundo ela, a transição para a economia livre de carbono ocorrerá ao longo deste século. “É importante que cada país faça o possível para limitar o aquecimento global”, acrescentou.
Histórica, a parceria do governo brasileiro com o alemão tem gerado diversos resultados na agenda ambiental. Na última quarta-feira (20/08), os dois países firmaram, em Brasília, acordos de cooperação que garantirão o investimento de R$ 183 milhões (54 milhões de euros) na conservação florestal e na regularização ambiental de imóveis rurais na Amazônia e em áreas de transição para o Cerrado.
Em ambiente doméstico, o Brasil prepara as contribuições nacionais (INDCs, na sigla em inglês) de corte de emissões que devem ser apresentadas à Convenção de Clima. Segundo a presidenta Dilma Rousseff, o documento será apresentado pelo governo brasileiro à Assembleia-Geral das Nações Unidas, no fim de setembro, em Nova York. As INDCs traduzem o compromisso brasileiro com novas soluções ambientais capazes de promover a sustentabilidade da economia.
O governo federal, no entanto, já alcançou redução significativa com ações implantadas para cumprir o compromisso anterior de cortar entre 36,1% e 38,9% das emissões de carbono até 2020. Esse percentual foi adotado em caráter voluntário pelo Brasil, em 2009. “O Brasil já assumiu essa meta anterior, que vem sendo cumprida adequadamente”, destacou Dilma Rousseff. “A futura meta (INDC) será uma declaração de ambição à altura dos atuais desafios.”
SAIBA MAIS
O efeito estufa, um fenômeno natural, vem aumentando nas últimas décadas em função da ação humana e gerado mudanças no clima. O aumento descontrolado das emissões de dióxido de carbono e metano são apontados como as principais causas do aquecimento global. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por conta de diversas atividade como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Com o objetivo de frear os prejuízos verificados, foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com mais de 190 países signatários. Todos os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente.
Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O Protocolo vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que as Partes pretendem assinar no fim deste ano, na COP 21, em Paris.
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