Brasília (DF) - O Ministério do Meio Ambiente está preocupado com o período de seca na floresta amazônica. Por isso, o secretário-executivo do MMA, Claudio Langone, anunciou nesta terça-feira que serão tomadas medidas para impedir queimadas e desmatamentos na região conhecida como "arco do desmatamento", uma área da floresta que abrange 50 municípios. ?Nosso foco, no momento, é a Amazônia, por haver uma situação emergencial. Devido aos efeitos do El Niño, nossa ação é prioritária?, disse Langone.
Entre as medidas estudadas, está a restrição de linhas de crédito do Banco da Amazônia para produtores que praticarem as queimadas e o desmatamento, e ainda uma alteração no plano de ocupação de assentamentos rurais da região. Há ainda áreas no Centro-Oeste, nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, que também deverão ser contempladas com algumas medidas, já que há previsão de forte seca nesta região para o segundo semestre. (André Reis Diniz/Agência Brasil)
PRIMEIROS FOCOS ? Imagens dos satélites Noaa e Terra/Aqua Modis, recebidas entre ontem e hoje pelo Ibama, registram 191 focos de calor no Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins. Segundo a Gerência de Monitoramento e Análise de Risco do órgão ambiental, que avalia diariamente as imagens dos satélites (cobrem praticamente todas as regiões do Brasil), esse número de focos indica que proprietários rurais estão iniciando a "limpeza" de suas propriedades com a queima da vegetação, mais cedo este ano do que o normal.
No último fim de semana, a média de focos de calor chegou a 320 por dia. Mato Grosso é o estado com maior número de ocorrências. No dia 7, por exemplo, foram registrados 318. No boletim divulgado nesta terça-feira, o Estado aparece com 151 focos de calor, contra 24 em Tocantins, 15 no Maranhão e 1 no Pará.
Os dados levantados pela Diretoria de Proteção Ambiental (Dipro) do Ibama revelam ainda a presença de focos de calor no Parque Nacional do Rio Parnaíba e na Estação Ecológica de Uruçui-Uma, no Piauí. Essas unidades foram colocadas sob Alerta Amarelo (focos de calor persistentes por 36 horas ou mais em unidades de conservação). Já a Estação Ecológica de Serra Geral do Tocantins continuava hoje sob Alerta Vermelho (qualquer incêndio florestal confirmado).
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