Por: Rafaela Ribeiro – Editor: Marco Moreira
O Ministério do Meio Ambiente e a Prefeitura de São Gabriel do Oeste, município localizado no Centro-Oeste do Mato Grosso do Sul realizaram, na manhã desta quarta-feira (24/06), em Brasília, o seminário Desenvolvimento Sustentável na Bacia do Alto Taquari em Mato Grosso do Sul - A suinocultura em São Gabriel do Oeste e as oportunidades para a região. O encontro contou com representantes dos ministérios de Desenvolvimento Agrário, Ciência, Tecnologia e Inovação, Minas e Energia, além da Agência Nacional de Águas.
O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério de Meio Ambiente, Paulo Guilherme Cabral, ressaltou a importância de apresentar a órgãos do governo federal iniciativas como estas, desenvolvidas e implantadas por gestores municipais, para resolver problemas na produção agropecuária, criando alternativas rentáveis, valorizando a produção e preservando os recursos ambientais. “É importante que esse tipo de ação parta do município. O governo federal, para implantar suas políticas públicas, precisa de parceiros proativos que buscam, de fato, resolver os problemas, e somar às ações do governo federal”, destacou.
São Gabriel do Oeste, situado a 137 km da capital Campo Grande e com uma população de 23 mil habitantes, é considerado um grande produtor agrícola e o maior produtor de suínos do Estado. O prefeito Adão Rolim apresentou o programa agroambiental que apoia e orienta o produtor rural a práticas conservacionistas. Estas ações diminuem o escorrimento de águas pluviais evitando o assoreamento de cursos hídricos e estabilizando os processos erosivos.
GÁS METANO
“Para nós, a questão ambiental se impõe com muita amplitude no processo produtivo”, afirmou o prefeito. “Estamos buscando processos produtivos menos agressivos ao meio ambiente. Na suinocultura está sendo feito um trabalho forte para que os dejetos não sejam, em nenhum momento, direcionados às fontes de água, utilizando para isso biodigestores que sequestram o gás metano”.
Rolim credita ao Protocolo de Kyoto - tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa - a instalação dos biodigestores por empresas privadas que optaram por investir e ter como retorno os créditos de carbono. “O problema é que esses biodigestores estão ficando assoreados, ficam sedimentos dentro deles e eles perdem a função de capturar o gás”, relatou.
Mas o município conta com a ajuda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que está desenvolvendo tecnologias e criando equipamentos para sugar o resíduo, secar e disponibilizar o chamado biochar - adubo com grande quantidade de matéria orgânica e muito eficiente, o que acaba tornando todo o processo ambiental viável. “Se a conservação ambiental representar apenas investimento, se não tiver nenhum tipo de retorno, fica muito difícil convencer o produtor”, arrematou Rolim.
NOVA RENDA
O secretário Paulo Guilherme Cabral alertou que a suinocultura é altamente poluidora e louvou a iniciativa do município que resolveu a questão ambiental de forma eficiente, além de criar uma nova renda (a venda de adubo) e tornar as propriedades autossuficientes em energia. São Gabriel do Oeste está localizado na parte alta da Bacia do Taquari que enfrenta um problema ambiental grave.
“O Pantanal tem uma característica de alternância em períodos de secas e cheias”, explicou. “Na planície pantaneira do Baixo Taquari o rio está assoreado e inunda constantemente as margens”. A iniciativa do município em apoiar os agricultores, principalmente os familiares, e implantar a prática de conservação do solo, evita a erosão e evita que o assoreamento chegue ao Pantanal.
Com uma área territorial de 3.892,3 Km², inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, São Gabriel do Oeste abriga as nascentes de dois rios de grande importância para a planície pantaneira: o Coxim e o Aquidauana. A lavoura e o Cerrado predominam no município. A pastagem plantada é representativa na constituição da cobertura vegetal.
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