Por: Marta Moraes – Edição: Vicente Tardin
O extrativismo é uma atividade caracterizada pela retirada de recursos do meio ambiente, seja de origem mineral, animal ou vegetal, com fins lucrativos ou para subsistência. Essa prática é muito antiga e bastante difundida no Brasil, principalmente na região norte.
Normalmente o extrativismo é associado a produtores rurais mais velhos, mas nos últimos anos esse quadro vem mudando e inúmeros extrativistas são jovens (dentre 15 e 29 anos).
Para debater essa nova realidade e promover uma rede de jovens extrativistas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) irá apoiar a realização, nos dias 16 e 17 de dezembro, em Brasília, da 1ª Oficina Nacional da Juventude Extrativista, em parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O principal objetivo do encontro é construir uma agenda de mobilização e de reivindicação de assuntos específicos dessa juventude, além de conhecer a história de vida junto às lideranças mais velhas do CNS. Está prevista a participação de 17 jovens e cinco representantes da direção nacional do conselho, além de convidados, entre eles a Secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, que participará da abertura do encontro.
A coordenadora da Juventude do MMA, Marccella Berte, conta que essa é uma ação do Programa Nacional de Juventude e Meio Ambiente, que visa a valorização dos conhecimentos dos povos e comunidades tradicionais, entre os mais jovens, por uma questão de sustentabilidade desse conhecimento associado à biodiversidade ao longo do tempo e entre gerações.
Segundo Marccella, a expectativa é que, a partir do momento que eles conheçam uns aos outros e os problemas que são comuns aos jovens, possam estabelecer uma agenda positiva de ações. “Com esse encontro estamos atendendo um pedido dos extrativistas feito ao ministério no 2º Chamado dos Povos das Florestas. Ao mesmo tempo, buscamos valorizar esses jovens que vivem nesses territórios e suas especificidades”, afirma.
AGENDA
Além dos jovens, alguns adultos extrativistas também participarão do evento. A ideia é que aconteça também uma troca de conhecimento entre gerações e uma valorização, tanto da cultura como do histórico de luta e de conquistas do segmento de extrativistas. “Esperamos que os jovens dêem mais importância à conservação ambiental e a toda história de luta de seus pais e avós, que nunca tiveram a oportunidade de mudar vivendo nesse contexto de sofrimento”, destaca Dione Torquato, secretário nacional de Juventude do CNS.
A programação da oficina inclui também uma rodada de conversas sobre o dia a dia das comunidades e como se dará a participação desses jovens nos conselhos e na gestão participativa das Unidades de Conservação de uso Sustentável, visando uma maior participação na construção de políticas públicas.
“Hoje, um dos nossos maiores objetivos é colocar a educação com metodologia diferenciada para a juventude extrativista da região amazônica. Queremos que o jovem mude o seu pensamento, sabendo da importância da área rural para ele e para a conservação do meio ambiente. São muitos os fatores que levam a gente a esperar dos jovens uma maior atuação no associativismo e no cooperativismo para trabalhar a conscientização e mudar a situação atual”, explica Torquato.
O evento é uma iniciativa da Coordenação de Juventude da Diretoria de Cidadania e de Responsabilidade Socioambiental e da Diretoria de Extrativismo da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - Telefone: 61.2028 1227
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