Por: Tinna Oliveira – Edição: Vicente Tardin
Pensar a gestão da água de maneira transversal para modelar e planejar ações conjuntas entre as diferentes instituições é um dos desafios que os diferentes países têm pela frente.
É o que defende o especialista mexicano Ricardo Martínez-Lagunes, que ministrará a palestra Contas Econômicas Ambientais da Água nesta sexta-feira, 28/11, a partir das 9h, no Ministério do Meio Ambiente, em Brasília (auditório do Edifício Marie Prendi, 505 Norte).
Martinez-Lagunes é engenheiro civil, sócio do Programa Internacional de Líderes em Ambiente e Desenvolvimento (LEAD) e consultor para o Banco Mundial e para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na temática da água. Ele foi responsável na ONU pela implementação das contas econômicas ambientais da água. Veio ao Brasil para participar do seminário internacional Contas Econômicas da Água, organizado pela Agência Nacional da Água (ANA), MMA e parceiros no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
- O que são contas econômicas da água?
- Martínez: As contas econômicas são uma ferramenta para integrar a informação tanto física quanto econômica de água. Temos que ver essas duas dimensões juntamente com uma terceira, que é a social, e tudo isso implica na gestão da água. Quando extraímos água estamos tomando decisões que envolvem valores, ao optarmos pelo fornecimento à agricultura em vez das residências ou vice-versa. Essas decisões são de caráter econômico e social e não somente de quantidade de água.
- Quais os desafios para os países implantarem esse tipo de ferramenta?
– O principal desafio é de ordem organizacional. Estamos acostumados a pensar em uma só linha. Em geral, nos países, temos um instituto de água, outro de meio ambiente, há aqueles que vendem água potável. Mas os temas da água são transversais e precisamos aprender a trabalhar em conjunto no que se refere à nossa forma de modelar e planejar o mundo frente a um mesmo objetivo.
- Como estão os países em relação ao tema e como se posiciona o Brasil?
– É um processo relativamente novo. Está em andamento na Austrália, por exemplo, cujo nível de desenvolvimento tem avançado bastante. Assim como na Holanda, mas não podemos comparar porque é outro tipo de clima. México, Brasil e Colômbia têm avanços similares na América Latina. Ainda há questões a serem resolvidas, por isso a importância de seminários como este [realizado no Rio de Janeiro]. Eles ajudam a avançar em conjunto. No México, por exemplo, onde se têm trabalhado com essa ferramenta há mais tempo, os impactos nas políticas públicas ainda não são perceptíveis.
- O que podemos esperar da palestra nesta sexta-feira, em Brasília?
- A Agência Nacional de Águas (ANA) tem um trabalho realizado há muitos anos, de conjuntura, que é bastante conhecido. Então vamos avaliar como é possível aproveitar esse trabalho desde a perspectiva das contas públicas de água. Vamos falar dele e apresentar o maior número possível de exemplos precisos.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – Telefone: 61.2028 1227
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