Por: Rafaela Ribeiro – Edição: Vicente Tardin
Diante de tanta riqueza do Programa Água Doce (PAD), o que se destaca é a apropriação do sistema pelas comunidades. Essa é a visão unânime das autoridades que abriram o VI Encontro Nacional do Programa Água Doce que acontece até quinta-feira (27/11), em Brasília.
Gestores de órgãos federais, estaduais e municipais, coordenadores e técnicos do Água Doce nos nove estados atendidos pelo PAD, representantes das empresas contratadas e membros das comunidades beneficiadas estão reunidos para avaliar os desafios, definir estratégias e planejar as próximas ações de implantação do programa no semiárido brasileiro.
A grande arma para garantir a sustentabilidade deste programa, que tem um importante trabalho social e ambiental, é o fato de a comunidade se apropriar do equipamento, da metodologia e da gestão do sistema. "As comunidades são os grandes beneficiados. Não é justo que eles dependam de um prefeito, ou de qualquer outra pessoa que não vive essa realidade e não depende desse sistema para viver, para trocar uma torneira ou operar o dessalinizador", destacou o consultor do Ministério do Meio Ambiente para o Programa Água Doce, Everaldo Rocha Porto.
O programa é composto de três fases:
- diagnóstico,
- implantação e
- recuperação dos sistemas e manutenção.
Até o momento foi realizado o diagnóstico de 2.947 comunidades rurais em 248 municípios que enfrentam a seca. Até o final de 2015, teremos 3.600 comunidades diagnosticadas.
“São informações aprofundadas dessas regiões. Esses estudos nos permitem conhecer a realidade do nosso semiárido e, assim, estabelecer políticas públicas acertadas”, destacou o diretor de Revitalização de Bacias do Ministério do Meio Ambiente, Renato Saraiva.
Dos nove estados conveniados, três, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, já concluíram os diagnósticos e iniciaram as obras de implantação dos sistemas. Outros três, Alagoas, Sergipe e Bahia, estão finalizando os diagnósticos com obras a iniciar. Piauí segue com os diagnósticos em andamento. Minas Gerais e Pernambuco, os últimos a assinarem os convênios, iniciam a primeira fase (diagnóstico) em 2015.
REALIDADE DAS COMUNIDADES
“A gente disputava água nas barreiras e nas barragens com os animais, os insetos. Empurrava com balde sapos e cobras para poder pegar, quando encontrava essa água barrenta, para beber. A população vivia doente. Depois do Água Doce não tivemos mais problemas de diarréia e nem de barriga crescida”, contou o representante da Comunidade Impueiras, no município de Estrela de Alagoas, em Alagoas, Cícero Pinheiro da Silva, fazendo referência à esquistossomose, doença de veiculação hídrica que era comum na região.
“Antigamente nós estávamos largados lá no sertão, ninguém de fora ia ver a gente, ninguém passava por lá. Agora a vente vê helicóptero chegando lá na comunidade, secretário de estado, deputados, governador, gente de faculdade indo ver o projeto de sucesso implantado lá”, relatou.
“O Água Doce é um milagre de Deus. Na nossa comunidade os açudes estão secos. A única água que temos para sobreviver, e somos mais de cem famílias, vem do poço e do dessalinizador do Água Doce. Apesar da péssima qualidade da água, da pouca vazão do poço, nunca ficamos desassistidos, graças ao programa”, afirmou Eva Toscano, representante da Associação de Mulheres da Comunidade de Caatinga Grande, em São José do Seridó, no Rio Grande do Norte.
PROGRAMA ÁGUA DOCE
O Programa Água Doce estabelece uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização, prioritariamente em comunidades rurais difusas do semiárido brasileiro.
O PAD é uma das iniciativas que compõe o Programa Água Para Todos, no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria que visa o combate da pobreza extrema, a redução das desigualdades sociais e a promoção da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – Telefone: 61.2028 1227
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