Brasília, 12.5.03 - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje a ambientalistas da Rede Brasileira de ONGs e Movimentos Sociais em Mudanças do Clima que "o Ministério do Meio Ambiente quer ter uma ação muito mais pró-ativa do que já alcançamos hoje" em relação ao tema. A ministra reconheceu o papel que o Brasil tem desempenhado e a liderança que tem ocupado nas discussões internacionais sobre as mudanças climáticas, mas admitiu que o MMA teve até agora uma ação muito tímida nessa questão. Segundo Marina Silva, o ministério está trabalhando agora no sentido de se apropriar do todo o acúmulo existente sobre mudanças climáticas, estabelecendo uma relação de integração com os Ministérios das Relações Exteriores, da Ciência e Tecnologia e Minas e Energia para construir uma política de governo. Um dos objetivos é incorporar a variável ambiental no planejamento energético do país.
De acordo com Marina Silva, o ministério trabalha com dois aspectos básicos para a construção de uma política para o clima. "Buscaremos diminuir a produção de gases, através do controle e redução de desmatamentos e queimadas e da promoção de uma matriz energética sustentável, estimulando o desenvolvimento tecnológico da geração elétrica por fontes renováveis, como a eólica, solar, biomassa e pequenas hidroelétricas, evitando a expansão de usinas nucleares e obras com grande impacto ambiental e social", disse a ministra.
Marina Silva participou do encontro de ambientalistas acompanhada do secretário-executivo do ministério, Claudio Langone, e da secretária de Qualidade Ambiental, Marijane Lisboa. "Estamos trabalhando para que o ministério internalize competências para operar com o tema", disse a ministra. Ela lembrou que em abril o ministério realizou um seminário, reunindo as diversas secretarias, o Ibama, a Agência Nacional de Águas e vários especialistas, já buscando contribuições sobre o assunto. Marina disse aos ambientalistas, que encontros como esses são fundamentais. "Não é à toa que um dos eixos que estrutura a nossa política ambiental é o controle social e a participação da sociedade. É a partir dessa relação com os vários e diferentes segmentos da sociedade que nós vamos estar sendo capazes de construir políticas públicas que estejam devidamente entranhadas tanto dentro do aparato de Estado como dentro da sociedade", disse a ministra.
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