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Morre aos 90 o almirante Ibsen, pioneiro do ambientalismo no país

Proibição à caça às baleias e criação de unidades de conservação merecem destaque

Publicado: Sexta, 01 Agosto 2014 00:00
Crédito: Paulo Guilherme Pinguim Almirante Ibsen: exemplo acima de tudo Almirante Ibsen: exemplo acima de tudo

DA REDAÇÃO

 

O país perdeu um dos maiores defensores do meio ambiente brasileiro. O almirante Ibsen de Gusmão Câmara morreu, aos 90 anos, nesta quinta-feira (31/07), e o sepultamento ocorreu nesta sexta-feira (01/08), no Rio de Janeiro. Pioneiro na inclusão da agenda ambiental no processo de desenvolvimento econômico do Brasil, o oficial da Marinha do Brasil foi um dos principais atuantes na lei sancionada em 1989 que proibiu a caça às baleias e a criação de unidades de conservação em todo o território nacional.

 

Em dezembro de 2013, o almirante foi homenageado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), durante evento no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em reconhecimento à sua trajetória de luta e preservação. “O almirante Ibsen é pioneiro no ambientalismo no Brasil”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, à época do evento.

 

TRAJETÓRIA

 

Nascido no Rio em 19 de dezembro de 1923, o ambientalista também desempenhou papel de destaque na adoção de áreas protegidas pelo país. Participou do processo de criação de unidades de conservação (UCs) marinhas como o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, entre 1987 e 1988, e a Reserva Biológica Atol das Rocas, criada em 1979. Militou, ainda, pelo estabelecimento de áreas de proteção na região amazônica.

 

Na Marinha do Brasil, o oficial trabalhou, da forma que pôde, dentro do governo militar, para tentar conter o desenvolvimentismo econômico e alertar para os desastres ambientais. Aposentado em 1981, abraçou a causa ambientalista e foi presidente da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. Entrou para o conselho de várias ONGs, fez lobby em favor de leis de proteção ambiental e ajudou a escrever algumas delas.

 

Recentemente, o almirante Ibsen fazia parte de cinco sociedades científicas, além de assinar, como coautor, 20 livros sobre conservação da fauna e flora dos biomas cerrado, mata atlântica e floresta amazônica. Era um cientista autodidata. Escolheu a carreira na Marinha pela vontade de viajar. Aproveitava o tempo livre nas viagens a trabalho para visitar bibliotecas e museus e estudar paleontologia, fitogeografia e zoologia.

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