Meio Ambiente

(Brasília, 09.4.03) - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,  anunciou hoje que vai estender à todas as comunidades indígenas do país, o programa já implantado pelo ministério na Amazônia. Esta tarde, a ministra recebeu, em seu gabinete, representantes da tribo Funiô, de Águas Belas (PE). Eles vieram pedir  mais atenção para a comunidade de 6 mil índios que sofre com a seca e problemas de infra-estrutura. ?Queremos a mesma prioridade que os outros índios têm. Precisamos de um reflorestamento para dar vida à nossas crianças e a nossa etnia?, disse o representante do grupo.

A ministra explicou que nesses primeiros meses de governo ainda está trabalhando em novos programas, como o de Gestão Ambiental para Terras Indígenas. Adiantou, no entanto, que nesse primeiro momento é possível viabilizar a construção de cisternas em parceria com a Secretaria de Recursos Hídricos. Segundo Marina Silva, essa é uma medida paliativa para atender as necessidades emergenciais da tribo. ?O ministério do Meio Ambiente não pode fazer tudo, temos que trabalhar com os vários ministérios para desenvolver um projeto mais amplo, com alternativas de desenvolvimento econômico, recuperação de áreas e gestão ambiental?, disse a ministra. Ela sugeriu aos Funiô a elaboração, com a ajuda da Funai, de um programa participativo local, a exemplo do que já é feito em Roraima .

O projeto que o  ministério do Meio Ambiente desenvolve na Amazônia e  vai estender às comunidades indígenas do país prevê o financiamento de iniciativas que visem a sustentabilidade dos povos indígenas, numa fase posterior a demarcação das terras. O Projeto Demonstrativo dos Povos Indígenas (PDPI) faz parte do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que, em parceria com a comunidade internacional, visa à construção de soluções que promovam a proteção e o uso sustentável das florestas brasileiras na Amazônia e na Mata Atlântica, assim como o bem-estar das populações locais.