Belo Horizonte (MG) ? A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente do Ibama, Marcus Barros, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, sobrevoaram por mais de uma hora, na manhã desta sexta-feira, a região atingida pelo acidente causado pelo rompimento de uma barragem do depósito de rejeitos da indústria Cataguazes de Papel, na Zona da Mata mineira. Eles foram avaliar o impacto do derrame dos resíduos, que atingiu o córrego do Cágado, o Rio Pomba, o Rio Paraíba e várias cidades da região e do Rio de Janeiro.
Para Marina Silva, o importante é resolver o problema o mais rápido possível. Segundo ela, os trabalhos das autoridades ambientais estão concentrados em três frentes: evitar maiores riscos de contaminação, principalmente para as populações; diminuir o impacto social; articular uma ação conjunta entre governos, órgãos ambientais e demais instituições, sem prejuízo à investigação das responsabilidades.
De acordo com a ministra, foi possível constatar a necessidade de se construir uma barragem na saída do córrego do Cágado, que tem uma vazão de dois metros cúbicos por segundo, conforme havia sido solicitado o governo do Rio de Janeiro. "Técnicos da ANA (Agência Nacional de Águas) e dos órgãos estaduais analisaram o caso e constataram que, com essa vazão, seria necessária uma barreira de grande tamanho, o que custaria tempo e não resolveria o problema", explicou. A saída encontrada foi: construção de pequenas barragens, isolando pontos mais críticos; drenagem com serragem e areia; bombeamento do material empossado no leito e nas margens dos mananciais atingidos; recuperação da barragem que se rompeu e reforço da outra barragem existente.
O governador de Minas Gerais se comprometeu a enviar a Cataguases e regiões representantes da Secretaria da Agricultura para avaliar quais atividades foram prejudicadas. "Esse será o primeiro passo. Em seguida estaremos adotando medidas de médio prazo para a recuperação das áreas degradadas e para recuperação dos rios afetados", salientou Marina Silva.
Nessa quinta-feira (3), o Ibama baixou Portaria proibindo a pesca nos rios atingidos por 90 dias, com possibilidade de prorrogação. Os pescadores artesanais atingidos ficam então aptos ao seguro-desemprego, como forma de compensação durante o período de defeso.
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