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Diferença entre lixão e aterro sanitário

Lixão x aterro sanitário

Saiba a diferença dos dois principais destinos do lixo brasileiro. Um é inapropriado e proibido. Outro, criados especificamente para isso

A rápida urbanização e a ausência de sistemas efetivos de gestão de resíduos transformaram os lixões em um dos maiores problemas do mundo. Segundo a Abrelpe, associação voltada à criação, à ampliação, ao desenvolvimento e ao fortalecimento da gestão no setor, cerca de 40% dos resíduos sólidos do planeta vão para essas áreas, prejudicando a vida de cerca de 4 bilhões de pessoas. Uma das soluções é a criação de aterros sanitários, estratégia tomada pelo governo brasileiro desde 2010 para desativar os lixões e promover uma melhor gestão daquilo que é descartado. Mas você sabe a diferença entre o lixão e o aterro sanitário?

Segundo André França, secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), primeiro é preciso entender que existem lixões e aterros controlados, que se encontram na mesma categoria, e aterros sanitários, estruturas com infraestrutura controlada mais adequadas.

“O lixão e o aterro controlado são muito parecidos e ambos não têm a ver com o aterro sanitário. O lixão não tem controle nenhum e o aterro controlado, como diz o nome, tem até um certo controle, mas sem garantia de adequação ambiental”, explica o secretário. “Para não confundir, colocamos de um lado o lixão e o aterro controlado, que é a destinação irregular, e do outro o aterro sanitário, que é uma obra de engenharia preparada para isso.”

Um estudo realizado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) mostra que o Brasil é o quarto país no mundo que mais produz lixo. São mais de 11 milhões de toneladas por ano. Nosso país está atrás apenas de Estados Unidos (1º lugar), da China (2º) e da Índia (3º). Já o estudo da Abrelpe mostra que o impacto dos lixões aqui no Brasil acarreta um custo de mais de R$ 3 bilhões por ano para o sistema de saúde.

Diferença – Para entender a diferença entre lixão e aterro sanitário é preciso entender também que existem quatro tipos de lixos: seco, úmido, perigoso e rejeito.

O lixo seco é composto por materiais potencialmente recicláveis, como papel, vidro, metal e plástico. Para que a matéria prima seja aproveitada, no entanto, ele não deve estar misturado ao lixo úmido, que são os resíduos orgânicos descartados, casos das sobras de alimentos. Os resíduos perigosos também devem ser descartados de forma adequada, pois contém características que o tornam perigoso ao meio ambiente, como materiais inflamáveis, corrosivos e tóxicos, como por exemplo os remédios e as pilhas. E existe o rejeito, que é o resíduo que não tem nenhuma aplicação que seja técnica e economicamente viável. Pode até ser algo reciclável, mas seu aproveitamento é inviável.

Até a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em agosto de 2010, todo o lixo brasileiro era descartado em lixões, áreas a céu aberto e sem o menor planejamento ou medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Para desativar um lixão, porém, é necessário que outro destino ambientalmente preparado para os descartes esteja em pleno funcionamento, como é o caso dos aterros sanitários.

Os aterros sanitários são verdadeiras obras de engenharia. O solo que receberá o lixo é nivelado e todo o solo é impermeabilizado para que nenhuma substância possa contaminá-lo ou atingir os lençóis freáticos. E todo o processo de decomposição é monitorado.

“Os aterros sanitários contam com os devidos controles ambientais, como por exemplo a drenagem do chorume e dos gases, estes, aliás, muitas vezes reaproveitados economicamente”, ressalta França.

Segundo o secretário, o maior desafio hoje da nova gestão de resíduos é a capacidade dos aterros. “Os lixões são ilegais e estão sendo desativados. Quando se encerra a disposição irregular, você tem de ter uma forma de disposição final para os rejeitos. Mas como muitos deles estão chegando perto de sua capacidade máxima, o desafio é enviar o mínimo possível para esse aterro sanitário. Apenas os lixos úmidos e rejeitos devem ir para o aterro sanitário e devemos, cada vez mais, reaproveitar aquilo que pode ser reciclado.”

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