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Seminário reúne iniciativas sustentáveis
Práticas selecionadas em edital do MMA foram apresentadas nesta sexta-feira, em Brasília, pela programação da Semana contra o Desperdício de Alimentos.
Crédito: Gilberto Soares/MMA
Participantes do seminário: práticas exemplares em sustentabilidade

Brasília – O que a uvaia, a goiaba serrana e a farinha de coco têm a ver com sacos reutilizáveis e tecido feito com cera de abelha para conservar legumes e verduras? Todos esses itens são os principais produtos e a inspiração de projetos bem-sucedidos e empresas inovadoras que enxergam a sustentabilidade como um compromisso para cuidar melhor do mundo e das pessoas.
Essas e outras iniciativas participaram, nesta sexta-feira (9), do seminário realizado dentro da programação da Semana Nacional de Conscientização da Perda e Desperdício de Alimentos 2018, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) de 5 a 10 de novembro, em Brasília.
Quinze boas práticas foram selecionadas na Chamada Pública que o MMA lançou no início de outubro. Foram selecionadas três iniciativas para cada categoria (produção, pós-colheita, processamento, comercialização e consumo).
Segundo a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério, Rejane Pieratti, o evento reuniu, pela primeira vez, experiências que podem ser replicadas por todo o Brasil. “Recebemos cases maravilhosos, mostrando que tem muita ação boa acontecendo no país com essa pegada sustentável para evitar o desperdício”, destacou.
FRUTOS CATARINENSES

“Muitos desses itens eram descartados pelos produtores rurais e, algumas vezes, eram dados como alimento aos porcos. A escolha dos ingredientes é a primeira batalha na busca por hábitos mais sustentáveis de consumo, que beneficiem a economia local e melhorem a saúde da população”, disse Patrícia Matos, representante do IFSC.
As frutas vêm sendo beneficiadas e transformadas em sorvetes, mousses, na forma de tempero para carnes, essência para sobremesa, farofa e vinagrete, geleias, compotas. Com maior valor agregado, os produtos vêm encantando o consumidor final e os chefs locais e do Brasil, surpreendendo de forma positiva.
Segundo Patrícia, a utilização de produtos locais e nativos impacta diretamente na diversificação da produção de uma comunidade, amplia as formas de emprego e renda, propiciando o desenvolvimento de novos produtos a partir da combinação de tecnologia com produtos locais, reduzindo perdas e desperdícios.
SACOS SUSTENTÁVEIS
Muita gente já deve ter passado por essa situação. Você compra legumes, frutas e verduras, guarda na geladeira e, quando vai pegar para comer, está tudo estragado. O produto, criado em 2015 pelas amigas Rosângela Rua e Cristiane Lopes, ajuda exatamente a combater esse desperdício. São sacos que têm uma manta isolante para conservar os alimentos.

O design hermético dos sacos reduz drasticamente o processo de amadurecimento e prolonga a frescura das frutas e legumes em até duas semanas completas. Basta colocar no saco e puxar o cordão, para manter o oxigênio fora. As embalagens da So Bags, boa prática selecionada para o seminário no MMA, são feitas em nylon e algodão, duráveis, reutilizáveis, resistentes e fáceis de limpar.
A linha algodão, que pode ser utilizada dentro ou fora da geladeira, preserva alho e cebola por até oito semanas. Já batatas ou raízes por até quatro semanas. Para combater o desperdício, elas dão uma dica. “É importante não misturar legumes e verduras. Se misturar o tomate com uma folha, por exemplo, ela vai durar menos tempo, porque o gás do tomate estraga as coisas que estão dentro da sua geladeira”, alertam.
VIDA NOVA PARA O SEMIÁRIDO

O projeto consiste na capacitação de empreendedores rurais do município, e tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico dos produtores da agricultura familiar, bem como qualificar, valorizar e padronizar a cadeia produtiva de forma sistemática e continuada, sustentável, participativa e descentralizada. Outra finalidade é reduzir as desigualdades regionais.
“Queremos que eles aprendam a usar melhor os recursos, sem esquecer a sua cultura, porque precisamos fortalecer a cultura do nosso sertão. Buscamos estimular a criatividade, estimular o uso integral dos alimentos para evitar que passem necessidades”, explica Ataíldes Pinheiro, representante do projeto.
Nove distritos de Juazeiro já foram agraciados – beneficiando uma média de 160 famílias, oportunizando autoestima e conhecimento aos contemplados. Para apresentar seus produtos aos participantes do seminário, o projeto trouxe farinha de coco, banana cristalizada, bolo da casca, petisco de semente de abóbora, entre outros itens.
BEE ECO

Em geral, a conservação de alimentos é feita com filmes de PVC, principalmente para embalar frutas abertas, uma solução nada sustentável e com alto impacto no meio ambiente pelas dificuldades em ser reciclado.
O Bee Eco é um tecido encerado com cera de abelha, breu e óleo de coco que é produzido com resíduos têxteis. Depois de usado e terminada sua vida útil, estimada em seis meses, ele pode ser ainda compostado, sendo uma solução 100% sustentável. Outra vantagem é que a cera é antibacteriana, dura seis meses e a produção é toda feita usando logística reversa (com tecidos descartados de indústrias têxteis).
A empresa tem apenas dois meses e o produto vem sendo vendido em congressos e feiras com a temática sustentável e pelo Instagram da empresa. “Nosso próximo passo é expandir envolvendo comunidades carentes na produção”, conta Luciana.
ENCERRAMENTO NA CEASA
ENCERRAMENTO NA CEASA
Para conhecer essas e todas as boas práticas selecionadas, acesse o hotsite da Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018, que reúne ainda orientações sobre planejamento de compras, reaproveitamento de toda a sacola da feira e de todas as partes dos alimentos, conservação e durabilidade, entre outras informações.
Encerrando a Semana, o MMA promove, juntamente com a Emater-DF, a Ceasa, a Fundição Progresso, os chefs de cozinha Fernando Souza e Fábio Marques (que formam o Double chefs), um evento neste sábado, na Ceasa, de 8h às 12h, para ensinar ao público como reaproveitar totalmente os alimentos em receitas e preparar pratos à base de Plantas Comestíveis Não Convencionais (Pancs).
Conheça, a seguir, as iniciativas apresentadas no Seminário:
Confira as 29 práticas selecionadas pelo edital de boas práticas no combate ao desperdício de alimentos.
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Por: Marta Moraes/Ascom MMA